Salamandra.

Autor: Daniel Fiúza

09/07/2007

Sempre quis te cavalgar

viver-te numa loucura

teu mistério penetrar

desmontar tua estrutura

sentir teu corpo gozar

nessa doida aventura.

Provar tua formosura

teus seios arrepiar

bicos loucos de fartura

na minha língua bolinar

molhando tua secura

libertando teu gritar.

No teu corpo melindrar

tal ladrão de emoção

Toda regra eu quebrar

em nome desse tesão

aos pouco te devorar

repartida em fração.

Quero ser teu alazão

te fazer o meu repasto

beber água de paixão

ser devasso no teu casto

teu capacho ou teu patrão

o tudo que eu te basto.

Pra perdição te arrasto

vou à tua fonte do amor

obediente me gasto

penetrando a tua flor

do telúrico me afasto

degusto sonho e sabor.

Se ao morrer sentir dor

no prazer que te demanda

sentindo frio ou calor

na maravilha que anda

como amante teu senhor

na parede salamandra.

Domfiuza
Enviado por Domfiuza em 21/09/2007
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