Invisibilidade
Invisibilidade
Viajo.
Flutuo feito pluma em ventania.
Perco-me.
Longe de mim sou estranha.
Procuro-me.
Dentro de mim,
Vastos vazios, onde o sonho se emaranha.
Vejo você
E o abstrato se faz real.
Encontro-me.
O desejo infiltra-se na pele.
O rubor na face delata a emoção,
Que se impõe, à revelia da razão.
Permito-me.
No devaneio não há limites, perigos.
Nada é proibido ou ilegal.
Entrego-me.
A posse da vida é um gozo infinito.
Consumo-me.
O sangue se evapora com o calor,
E mal consigo me recompor.
Jogo meus pedaços no seu caminho
Desapareço.
Seus olhos não me enxergam, sou invisível.
Entre nós há barreira intransponível e
Distância inatingível.
Fujo.
Outro lugar, outro sonho, outro engano.
Urge mudança extrema de plano.
Acordo!
Doce ilusão de te ter ao meu lado.
De senti-lo, sem ao menos tocá-lo.
Lisa - (escrita em 17.09.1987)