NA ÚLTIMA GOTA DA TAÇA

Tenho medo do que faço

Na última gota da taça

Me desconjuro, me embaraço,

Não há lorota que eu não faça.

Mas dos meus limites não passo,

Não engulho, não durmo na praça

Quando o sol das nove vem, abraço

A sorrateira ressaca que me despedaça.

Mas – ah! Se o bom senso me larga

E eu abandono a minha timidez!

Meu instinto voltaria à carga,

Insensato e liberto pela primeira vez!

A alma, em uma lamúria amarga,

Censuraria o que o meu corpo fez!