Ocupada
Estou ocupada pelos cantos
Ocupada morrendo atoa
ocupo-me do sofrimento
Não me tomas, estou ocupadíssima!
Não tenho tempo pra seus suplícios
Experencio meu grande dissabor
Não tenho ouvidos para outros
Só escuto o som da minha aflição
Estou ocupada consternada
Não tenho tempo pra mais nada
Que não seja minha mortificação
Não me venhas tampouco sorrir
Pois mata-me ainda mais de inveja
Não me venhas conversar
Estou ocupada com meus diálogos interiores
Não me venhas sequer falar
Silencio-me com meus amores
E sofro
Ah como sofro!
Não acho tempo de ser feliz
Essa tem sido minha tarefa
Matar-me sem nenhuma pressa
E ocupar-me de todo esse lamento