Síndrome do Porco Espinho

Começando de modo qualquer em mais um dia ensolarado,

Encontro-me na cama esfregando a cara no travesseiro criando coragem para estar levantado,

Meu dia mal começou e eu já estou acabado,

Oque os meus pesadelos de morte tem a dizer sobre quando estou acordado.

Procuro meu óculos para enxergar um novo mundo,

Procuro minha vontade cotidiana para enfrentar meu eu moribundo,

Um passo de cada vez parece pisar em cacos de vidraças,

Vidraças essas que caem enquanto eu perco todas as minhas máscaras,

Máscaras de passados, máscaras de pesadelos,

Que pesam meu fardo de meus elos,

Singelos e estáticos,

Nada práticos,

Sinto-me aquecido em meio de tempestade de mil árticos.

Procurei o culpado internamente em meio de bagunça do consciente,

É tão constante estar embaralhado que me sinto em um jogo de truco com parente,

E estando ciente,

A única culpa que eu acho mais congruente,

É a mim mesmo querendo me sabotar,

Técnica milenar de querer sentir-se negativo para uma dramaturgia,

Isso algum dia deveria acabar,

Mas até lá continuo na minha imperfeita utopia.

Necessito um meio de me salvar e arrumar toda essa poeira,

Deixar de ser alguém sem eira nem beira,

Chatear-se por besteira,

Mas as vezes fico mais vazio que minha carteira.

Atitudes de uma égide com um trincado,

Tentar segurar a ferida e continuar ensanguentado,

É complicado tentar ser alguém arrumado,

Acabo mais destruído do que realizado.

A síndrome do porco espinho que atiça a defesa invisível,

Não é um tipo de resolução de conflitos que eu considero plausível,

Eu faço dentro do meu possível,

Infelizmente eu sou um ser humano com um toque de explosível,

Parecido com um caça níquel,

Do pior nível,

Não tenho sorte na sorte e só no azar,

A ponto de parecer um tiro no pé e uma flechada ao ar,

Uma hora cai igual a idiotice que eu estou falando,

Dói até cair no pé e eu gritar,

Mas tarda-te ou não, acaba retornando.

De nível é uma defesa que me protege de conseguir auxílio,

Crio barreiras contra a ajuda e não contra o exílio,

Me cego de tanto brilho,

Transformando o problema em meu colírio.

Meu lírio,

Me toca e me amarra com tua vinha,

Procura ajudar demonstrando indignação em forma de covinha,

O pior problema é quando meu coração se parte com uma atitude sua,

Mas a culpa é sempre minha.

Eu me defendo na ausência de qualquer ajuda,

Deus que me acuda,

Você tenta ajudar e na procura de resposta perdura,

E a minha raiva acaba que minha consciência perfura,

Igual uma faca fura,

E de forma pura,

Me faço criatura impura.

Me amola,

Me devora,

Me atola,

Me derrota.

Como um cachorro que corre atrás do próprio rabo,

Eu me entorno em dúvidas e me acabo,

Acabo que digo de boca para fora,

E toda a sua preocupação eu jogo fora,

Poderia me beijar com essa boca cor amora,

Mas o que poderia ser resolvido com carinho eu transformo em corda.

Estou de estrutura abalada,

Estou de consciência pesada,

Estou de mente desgraçada,

E uma discussão só pioraria minha raiva ingrata,

E de graça,

Eu acabo com toda graça.

Por favor ei de me perdoar em dia consequente,

Não é todo dia que eu pareço como um delinquente,

Tem dias que eu sorrio de dente a dente,

Outros que estou de paixão ardente,

Mas existem os que sou gráfico decadente,

Poderia ser estrela cadente,

Que carrega esperança e desejo mesmo no cair,

É um dia que pode estar por vir,

Eu posso não ruir,

Porém pode existir dias que eu vou cair,

Só preciso do seu afeto para sorrir,

Não outra pessoa para minha pessoa rir.

Meu maior obstáculo de sucesso é a quem vejo no espelho diariamente,

A diária mente que me detém constantemente,

Parece até que minha mente, mente,

Você me conhece suficientemente,

Que eu quero ser uma pessoa sorridente,

Então seriamente,

Me resgata,

Me rasga,

Me abraça,

Me laça,

Mas de mim não se desfaça,

Faça,

Tira de mim essa desgraça.

É um pedido de socorro em forma de silenciamento,

Eu nunca esqueceria do nosso juramento,

Sei que se preocupa com esse jumento,

Mas eu tento,

Novamente dando desculpa de que estou fazendo algo,

Mesmo estando óbvio que eu pareço estagnado,

Esse estresse é um fardo,

E eu quero dar ele como acabado,

Mas essa filme continua sendo rebobinado,

Ajuda teu amigo consagrado.

Insegurança ou altruísmo no pensar?

Idiotice ou desconhecimento do potencial?

Exclusão ou ódio no imaginar?

Estupidez ou precoce na construção gramatical?

Sei que muita coisa que disse ao escrever trazem seu desapontamento,

Sei que trouxe vários bicos e sobrancelhas levantadas com o que estou escrevendo,

Com um olhar de alguém que quer bater em outrem enquanto está lendo,

Mas está vendo,

Estou sendo sincero do modo que eu procuro o advento,

E nesse raro evento,

De ser feliz, não me contento,

Pois prometi que transformaria o tentar em realidade,

Mas parece que eu estou tentado de verdade?

Nunca faltei com sinceridade,

A auto sabotagem é da minha personalidade,

Mas entre tentar e conseguir,

Qual é o limite que eu posso ir?

São tantas perguntas para uma madrugada abafada,

Já pensei tanta coisa que minha noite de sono está arruinada,

É uma bela escrita para a madrugada,

Mesmo que a minha pessoa amanhã seja xingada.

Desculpa por não conseguir manter meu sorriso que tanto ama quando convém,

Tem dias que a tristeza pega de surpresa e só vem,

Não me deixa pensar ou ir além,

Saiba que em hipótese alguma eu gostaria de machucar o meu neném.

Quando menos indagação,

Mais preocupação,

De mão minha em sua mão,

Eu melhoraria de antemão,

Eu preciso dessa comunicação,

Mesmo que de boca fechada,

Ou até mesmo com a minha na sua colada,

Comunicação por tato,

Que de fato,

Me leva a melhorar mais rápido.

As vezes não necessito de pergunta mas de ações,

As vezes não necessito de sermões mas de canções,

As vezes não necessito de caras fechadas mas de emoções,

As vezes ao meu afastar eu necessito de uniões,

Me culpo por afastar de quem me faz mais bem,

Me culpo por pensar que no meu resgate não há ninguém,

Penso tanto em mim mesmo que não trago benefício a outrem,

Mas é livrai nos do mal, amém.

Uma noite que eu não conseguir dormir é aquela que me vem você na imaginação,

A vontade de dormir e acordar com você é tanta que não tem noção,

Eu quero você e ninguém me tira do seu ou meu coração,

Mesmo estando te afastando eu quero você e sua união.

É a síndrome do porco espinho que não me deixa progredir,

Mas estar parado não significa necessariamente regredir,

Estou tentado gostar da minha própria luz a reluzir,

Mesmo que a pressão de ser alguém que responde por dois possa me partir.

Noite quente que verbo flui,

Memória quente que mostra o babaca que eu fui,

Vontade quente de correr pra tua casa e implorar por dividir um colchão,

Determinação quente para desconstruir a mania de dizer sempre não.

Amanhã é um novo dia se amar,

Amanhã é um novo passo nos medos em mar,

Amanhã é um novo dia a se desculpar,

Amanhã é um novo dia que eu vou lhe encontrar.

Eu me machuco por negar a quem mais tenho amor,

Eu te machuco por apontar o espinho a quem mais tem me com ardor,

Nos machucamos por ser uma comunicação falha ao nosso redor,

E isso nos enche de temor,

Não de fugir,

Não de sumir,

Mas de ter uma noite triste sem palavras para dormir.

Estou aprendendo a cada dia sobre mim mesmo,

Mesmo assim eu aponto meu mecanismo para defender,

Não quero ficar divido como um sesmo,

De um perigo que eu mesmo não consigo ver.

A síndrome de própria defesa que te ataca voluntário,

Te deixa com maior cara de otário,

Pinto as penas em carmesim do meu precioso canário,

Verdadeiramente sou eu o tal paspalho.

Preciso da tua boca para calar toda meu drama,

Preciso que tua determinação seja igualmente a de Rama,

Preciso que nosso amor que me aproxima e vos gama,

Preciso que me ame e me jogue na cama.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 21/02/2019
Código do texto: T6580202
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