Ela era assim
Em seus braços ela vivia a eternidade que o infinito lhe permitia
Ela amava loucamente, impaciente, cheia de querer
Ela sabia que a vida era fugaz
E amava como se fosse morrer
Ela recitava poesia e queria ser Clarice apenas um dia
E quando não cabia mais em si, ela ria e chorava
Vibrava e gritava, na mesma sintonia
Mas no fundo ela sabia, que ser ela mesma bastaria
Ou não
Ela se desencontrava nas profundidades de sua alma
Se libertava e se rendia
Ela era a intensidade pura
E elogiava sua própria loucura
Ela era assim, meio doce meio amarga
Não se contentava em ser pouco amada
Se perdia nas asas sul e norte
Ficava tonta nas tesourinhas da cidade
Perdia quase tudo
Mas por muita sorte
O coração dele, ela ainda guardava