Atma romã
Olhos de romã
sonetos soltos ao vento
uma pele queimada ao sol.
O movimento dos dedos dedilhando corpos violados
corpos soados corpos somados corpos alados
corpos quentes e nostálgicos.
Carrega nas balsas desejos mal vívidos, traz no caminhar
valsas espontâneas. E por entre balsas e valsas,
inventa um romance que insiste em existir numa lua cheia
e suspensa no escuro da noite.
Olhos de dragões
trovas soltas ao céu tempestuoso
um arrepio na espinha, que se dobra sob as pedras ancestrais
Serpentes que se enrolam e se enroscam num corpo gelado e úmido,
e sobem assim, flexíveis ao ato do tempo.
Movimentos constantes e vagarosos sensuais
kundalinis subindo pelas colunas quebradas
um gozo espirrado nas paredes do mundo.
Vira-te do avesso e conecta-se ao universo,
unindo versos e anseios.
Um ensejo à liberdade, um desejo plural de vidas consonantes.
Um Eu amargo puro doce
e selvagem.