Vício

Comi

Do pão que o diabo amassou

E não morri

Ao contrário engordei

Cheirei

Do pó dos livros que ganhei

E aprendi

E viciei

Cherei, cherei

Fumei, fumei

Bebi, bebi

Inalei, inalei

Injetei, injetei

E aprendi, aprendi

Bebo do vinho da sabedoria

Que injeto e inalo

Em cada gota de álcool

Que consumo, eu sumo

Com um pouco daquele

Ignorante louco que havia

Dentro de mim

E agora eu fumo

Do pó sagrado

Do conhecimento

Que me alimento

A cada trago

Dessa pílula viciante

Que agora trago

Para vocês

O resultado

Desse vicio

São as linhas que traço

Do pó das poesias que faço

São maços de sabedoria

São laços de alegria

Bolo minhas rimas

Através de carretas e linhas

Que juntadas

Transformam-se em

Poesias

Sou crack no que faco

E deve ser foda

Não ser brisado nessa droga

E confesso alucinadamente

Enquanto minha mente divaga

Torno se poético dependente