Alívio
Ouço dentro do meu ninho
Suave canto dos passarinhos
Solitários a voar
Neste imenso céu azul marinho
Eles desejam encontrar
Quem sabe até algum caminho
Onde eu possa me esconder
Onde eu possa me iludir
Óde a minha salvação!
Ódio não deve existir
Me intrigo com o tempo
Me deixo solta como o vento
Sopro leve para o alto
E me vem um pensamento
Entre mistérios rubros feitos
Escaldante a tua magia
Minha ceita é serena
A tua,
Fantasia !
Sorrateiro é teu lar
Teu silêncio
Teu luar
Tua imensa solidão
Cheiro quente
Queima não!
Em vão
Tão doce
Tão pequena
Essa cidade está amena
Há destroços de vaidade
Há memórias esquecidas
Há caminhos de verdade
A tua virtude denegrida
Imagens santas em apelo!
Meu grito inunda teu calar
Minha boca sangue e gelo
Meu fervor
Vai te queimar!
Sou pedra
Sou tão pouco
Pó
Nada que me guia
Sou a estrada do romeiro
Sou imensa
Intensa
Macia !
Agouro ardido em meus ouvidos
Florestas pintadas de terror
Eu ouvi tantas histórias
Tantas, tantas de horror !
A selvagem malícia
De um olhar tão juvenil
Me pediu teu abraço
Me amou
E me sorriu
Sentiu ?
Sem ti !
Voo, voo...
Para longe se foi de mim.