LOUCURA
LOUCURA
As inquietações da mente
Fervilham entre corpos rosados
Entre os ócios
E os ossos.
Uma nefasta fibra
Que desliza entre as veias
E a tudo desassossega
Infiltrando-se desarvoradamente
Entre o caos
Que lá já habita.
Tento me esconder
Viro à cada calçada
Espreito sua silhueta lânguida
Que me atrai como uma mariposa
À uma luz de trevas.
Ela me fascina com seus olhos vorazes
Seu jeito de fêmea no cio
E num simples piscar de olhos
Revolve minhas ideias
Lambuza-me com seu líquido viscoso.
Sinto-me levada por seus braços
Em tentáculos de polvo
Sugada em uma vertigem cósmica
E adentro mais uma vez e sempre
Nas intempéries desse mar revolto.
Marina Barreiros Mota
ALTO-ACADEMIA DE LETRAS DE TEÓFILO OTONI