Poesias Desgraçadas
Um humano do ritual,
Abrindo um portal,
A vingança do Chacal,
O toque endemoniado,
Contraído e exterminado,
Crânio de marfim,
Hemorragia sem fim,
A mão mortificada,
Com a voz de mil almas,
Lendo essas palavras fracas,
Tranque logo a porta fina,
Se ilumine de parafina,
Reze para ele não entrar,
Para trás não deve olhar,
Feche os olhos para sonhar,
Deseje nunca acordar,
É um sonho ou é real?
O cheiro morto de animal,
Feche os olhos! Não ouça nada,
Não ouça sua gargalhada,
Cuidado para não enlouquecer,
Qual a próxima arma deve ser?
Fomos feitos por palavra,
Como uma forma escrava,
Fomos feitos de começo,
Iniciando do recomeço,
Mas visto do avesso,
O silencio é barulhento,
Tudo com o movimento lento,
Não olhe, não ouça, não mexa,
Ele passa a mão na sua cabeça,
Entrando pela escuridão,
A faca em seu coração,
Sangue quente como mancha,
Isqueiro começa uma chama,
Penas se tornaram um cisto,
O começo do Anti Cristo,
Não existe nada mais puro que água,
Deixa a pele fria,
Calma,
Limpa o corpo,
Mas não a alma,
Um som,
Algo de bom,
Um eco,
O homem que virou boneco,
Alguns não se confiam,
Os sentimentos variam,
Deixe sangrar,
Algo como odiar,
A desculpa não existe mais,
Não há como voltar atrás,
Se eu pudesse te mataria,
Talvez me livrasse da agonia,
Não olhe, não pense, não fale,
Antes que eu mesmo lhe cale,
Esse é meu poder,
O poder de esquecer,
Nada mais que ilusão,
Uma folha de criação,
Silencio prevalecerá,
Tudo a se cobrar,
Agora não se volta atrás,
Sua morte nos levará a paz,
Hoje é o dia meus amigos,
Deixarei um dos sentimentos descansar,
É mais uma das minhas promessas,
Promessas que sempre cumpro,
Não vou esquecer as nossas,
Mas com rancor eu vou lembrar,
Então imploro pra não olharem nos meus olhos,
O brilho foi embora,
O castanho se tornou preto,
Hoje eu aprendi,
Como destruir 12 anos em 1 dia,
Ou melhor,
Em uma frase,
O que foi que me tornei?
Quando me submeti a tenebroso rei?
Amar como sempre odiei?
É o demônio que me agarrei,
Não gostaria do que me tornei,
Não poderia mudar tudo,
Faz falta,
Não existe para eles,
É a última carta,
Uma das únicas verdades,
Sem maldades,
Quero minha próxima vida logo,
Seus desgraçados,
Deus, me mate,
Nossos olhos se encontraram,
Como se eles se matavam,
Um toque, cumprimento,
Fazendo assim um juramento,
A melodia é nossa via,
Contra a cacofonia,
Que um dia me romperia,
Um abraço, despedida,
Não pensei que partiria,
Essa é a minha dor,
Minha desgraça, meu louvor,
A intensidade do penhor,
Minha saudade, meu calor,
Minha alma num violino,
Um acorde leve e fino,
Destruindo o livre espaço,
Se arranhando num abraço,
Um instrumento transparente,
Para baixo, cima ou frente,
Sem você fico doente,
Uma dor estridente,
A vida é o futuro,
Um descaso longo e puro,
Transpassando o universo,
Com apenas um simples verso,
Tudo se foi e acabou,
Final triste, terminou,
Só não pergunte do passado,
É um sofrimento pesado,
Acabaria mais destruído,
Que meu violino de vidro,
Olho essa foto,
Perdendo meu foco,
A boca com cheiro de cloro,
Quanto mais ando, mais me enforco,
Poderia rever,
Te ver aparecer,
Cruzando os corredores,
Silenciando minhas dores,
Rever as flores,
Preso num prédio abandonado,
Congelando com um amigo do lado,
Queria queimar meu amor,
Voltar com meu calor,
Há sangue no concreto,
Ao conjunto do incerto,
Olho ao longe,
O por do sol no horizonte,
Tentarei voltar a salvo,
Não enterrado a um palmo,
A quebra do brilho claro,
O único sol é o da Alvorada,
Estou com a alma cansada,
Não posso voltar,
Não há o que se lamentar,
É apenas um pesar,
Com pena não deve ficar,
Só queria com minha vida acabar,
Mas por quem vale a pena tentar?