ESTOU SIM, ASSIM MEIO TAL
Assim meio tal
Roupa ao avesso descosturado no ponto preciso
Vasculhado intrinsecamente na veia mais profunda
Ignorado na privacidade de alguém nunca indeciso
Com objetivos espúrios de uma mente imunda.
Assim meio tal
Homo Sapiens tosco na escuridão das cavernas
Iluminado na fraca luz do lanterninha
Embora o G7 e o moto E4 pagos a duras penas
Compartilhados por uma indesejável companhia.
Assim meio tal
Índio sem querer de bandeira branca na mão
Dançando em volta da fogueira de chips clonados
Acenando em mensagens de fumaça em vão
Perdido num labirinto previamente montado
Assim meio tal
Chefe da tribo com pintura de guerra no rosto
Paciente e tranquilo encostado ao totem
Machadinha afiada no limo do desgosto
Pronta para arrancar o escalpo de alguém
Assim como tal
Book do face na página falsa existente
De amigos desconhecidos que nunca adicionei
Check-ins e logins em cidades de meus pés ausentes
Turista Brasil afora em lugares que nunca visitei
Assim meio tal
Humano estereotipado na tecnologia irreconhecível
Confuso na imagem espelhada na tecla enter
Dividido na dupla identidade com o inimigo invisível
Resistente a todos os vírus que procuram me conter.
Realidade triste e real, embora sem sal.
Espero que amanhã deixem que o sol apareça!