UMBRAL...
Acho, ...pouco me lembro.
Talvez tenha nascido num quarto, revestido de escuro;
Sem raízes, sem galhos, solto,
Num canto do chão.
Cresci, pensando ser o centro,
Do que chamam de noite sem lua
Depois de um instante,
Me traí, me perdi, vi que não!
Me fechei só em tristezas;
Mais e mais me continha.
Não via luz!
Na verdade, nem cores já sabia mais de cor.
Sussurrava, calava,
...ninguém me ouvia;
Nem mesmo o desprezo dos outros,
Vinha pra me ouvir e ficar, ao meu redor!
Sepultei comigo mesmo
Toda minha esperança.
Queria sentir calor, me sentir,
Mas o quê só sentia, era um castigante ar de frio.
Me esvaindo em lágrimas,
Transbordei num mar de completa amargura
Pensei...,
Quem sabe esteja eu, no fundo do mais profundo, dos rios!
Ouvi, “peraí”!
Parece ter ouvido, atropelos marcados;
Chorei sem ter som,
Gritei contra a direção e o sentido do vento.
...'tá aí!
Quem sabe seja o portal que conduz ao infinito
Passou...! Passei...! Fiquei, foi agora
Mais perdido ainda no tempo!
Não tenho origens,
Desconfio nem saber onde vou...
Sentimentos? Os desconheço!
Melhor; já ouvi sim falar de um tal, de amor!
Não sei de onde! ...quem falou!
Ninguém ainda me apresentou;
Será ?
Que toda essa tortura,
Atenda pelo nome, abreviado de dor?