A ESQUINA DOS AFLITOS
A ESQUINA DOS AFLITOS
Não há solidão maior do que o medo
E ele se esconde nas veias
Se infiltra pelos poros
Instala-se nos mistérios da mente
O medo nas esquinas escuras
Onde o coração se descompassa
Num frio cortante
A congelar os lábios
Trincar os dentes
Escutar vozes
Passos na noite que se escorre
E o vento açoitando os cabelos
Que se enrolam nos olhos
E faz gemer um grito
Esse medo da noite fria
Escura como o silêncio cruel
Dos dias sem luta
Das noites sem o luar dos olhos teus
Assim me escondo nos labirintos da alma
Que vaga na vastidão sem luz
Da esquina dos aflitos.
MARINA BARREIROS MOTA