(In)sanidades

De saudade se encheu as mãos e o coração

Ocupou cada espaço vago das linhas tantas

E desenhou os poemas em frágil inspiração

Enquanto a vida se cobriu com mais manta...

Frio aquarelando os desfiladeiros de solidão

Matéria aquecida pelo calor de um papelão

Servindo de chão, colchão, e pedaço de pão

Pra alimentar ser, insano sem compreensão

Cai a noite no grito de animal noturno, coruja

Voa espiando a presa que sem perceber vive

Entre o lixo que sociedade esqueceu, se suja

Até que a ave se manifeste e seu radar ative...