Na madrugada, em vão.
Estar em um episódio depressivo-maniaco-paranoico-de-abstinência* é isso. Não há rotina. Ou você dorme muito. Ou dorme pouco. Ou se mantém acordada. Ou levanta para tomar café às 3 horas da matina. De repente, um cataclisma natural do outro lado do mundo pode ser revertido se eu levantar da cama e for beber um pouco d'água. Ou se eu for mijar, aos pouquinhos, como aliviando o estresse de um dia que nem começou.
Pega um livro, caneta e papel para anotações improváveis, o celular já cansado de trabalhar durante o dia inteiro se investe a noite também. Não tem sido fácil para os loucos, imagina para esses aparelhos que guardam em suas memórias, fotos e fatos asquerosos frutos das insônias. Por fim, esquece o livro, as histórias são iguais. O celular salva o resto do sono que se mantém arredio e não volta para a cama. A cama está nas costas.
Enquanto as palavras se formam, o pensamento acelerado não conduz de maneira eficiente os dedinhos pelo teclado digital. Podíamos ter dedos maiores... Ou um polegar opositor como um canivete suíço do Inspetor Bugiganga. Nossa! A escrita fluiria.
A cidade está acordando e o tempo já é outro. Não existem mais inocentes, e Estamira _ presente!, estava certa. Os que existem são espertos ao contrário. E ao avesso do ser, encerro.
~Lenir
*Salada de CID-10.