Morte, Sina e Carnaval

morte, sina e carnaval

pegou um, pega geral...

são pássaros em seu devaneio

o que era bonito, agora é feio

ninguém mais sabe donde veio

botar fogo no inferno alheio

morte, sina e carnaval

galopei no vendaval...

é a menina de rabo de fora

o ontem não é mais agora

tudo morre, nada demora

sempre dá cupim na escora

morte, sina e carnaval

cada dia tem seu sinal...

eu sempre durmo tarde

os meus gritos são sem alarde

a minha coragem é covarde

como essa ferida me arde

morte, sina e carnaval

é reza, velório e pá de cal...

caiu o leme, cadê os remos?

mais olhamos, menos vemos

toda a verdade desconhecemos

não somos anjos, somos demos

morte, sina e carnaval

número, gênero e grau...

quase enchi a cara de cachaça

no meu pulmão só há fumaça

e no guarda-roupas só tem traça

a polícia tá vindo, desgraça

morte, sina e carnaval

o inesperado faz menos mal...

o maço de velas se acabou

quem disse que o rock não errou?

nenhum fantasma me assombrou

aquela aflição na hora do gol

morte, sina e carnaval

mas o mundo é meu quintal...

é três, é quatro, é cinco, é seis

e tudo é a vontade do freguês

mas todo ingrato é um burguês

eu acabei falando em português

morte, sinal e carnaval

socorro! sou um cara normal...

Carlinhos De Almeida
Enviado por Carlinhos De Almeida em 01/11/2018
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