Morte, Sina e Carnaval
morte, sina e carnaval
pegou um, pega geral...
são pássaros em seu devaneio
o que era bonito, agora é feio
ninguém mais sabe donde veio
botar fogo no inferno alheio
morte, sina e carnaval
galopei no vendaval...
é a menina de rabo de fora
o ontem não é mais agora
tudo morre, nada demora
sempre dá cupim na escora
morte, sina e carnaval
cada dia tem seu sinal...
eu sempre durmo tarde
os meus gritos são sem alarde
a minha coragem é covarde
como essa ferida me arde
morte, sina e carnaval
é reza, velório e pá de cal...
caiu o leme, cadê os remos?
mais olhamos, menos vemos
toda a verdade desconhecemos
não somos anjos, somos demos
morte, sina e carnaval
número, gênero e grau...
quase enchi a cara de cachaça
no meu pulmão só há fumaça
e no guarda-roupas só tem traça
a polícia tá vindo, desgraça
morte, sina e carnaval
o inesperado faz menos mal...
o maço de velas se acabou
quem disse que o rock não errou?
nenhum fantasma me assombrou
aquela aflição na hora do gol
morte, sina e carnaval
mas o mundo é meu quintal...
é três, é quatro, é cinco, é seis
e tudo é a vontade do freguês
mas todo ingrato é um burguês
eu acabei falando em português
morte, sinal e carnaval
socorro! sou um cara normal...