Sombra de Elefante
Fazia um pouco mais de duas horas
Que o astro maior do sistema havia outra vez nascido,
E compondo a multidão no ápice de seu ritmo frenético, Cada qual a seu destino diário se dirigia, eu seguia
Engolida por carnívoros pensamentos sobre a minha sina,
Questionamentos inoportunos, dúvidas e uma decisão a ser tomada...
Os desvarios me dominavam, e por momentos olhando para o chão em meio a multidão, percebi a enorme sombra que dominava a calçada, fazendo desaparecer as sombras dos demais... O rígido revestimento de pedras a cada passo meu, cedia espaço aos abismos obscuros, e eu como quem quer salvar a vida de um predador chamado dor, fugia, e me acompanhara os estrondosos sons que somente eu na minha canalha loucura ouvia, era uma cobrança indevida sobre a minha amargurada vida, onde a minha alma repleta de dúvidas e desatinos, sendo castigada, tornou-se gigante, inflada. Um elefante grande em largura e altura, mas que não possuía nada.