TIC TAC
Me pego mentindo para mim e isto é vicioso
Presa a esse plano material, busco um ideal
Que parece não real diante das minhas burras atitudes
Busco por sonhos grandes e faço esforços pequenos
Estou entre os destroços e bagaços de laços não fecundos
Sinto medos sem fundos ao meio de amores profundos.
Ora ou outra penso está ficando louca
As minhas belezas se escondem em baixo dessa roupa.
Esse lugar não é onde quero está
Esse barulho parece me enfartar
O tic tac desse relógio ora ou outra há de me matar.
A minha pressa parece não levar a lugar nenhum
Me vejo aqui perdida, um ser sem nenhum lugar no mundo
Querendo apenas mudar, querendo apenas gritar
Mais esse tic tac do relógio me faz um ser mudo.
Quero fugir
Quero seguir
Sei o caminho
Mas não estou conseguindo seguir
Parece esse ser meu fim
Afogada nos meus próprios sonhos
Embriagada na solidão das minhas escolhas
Rabiscada e rasurada nas minhas próprias folhas.