Maré...
Sigo nadando contra a maré...
Na minha solitária loucura
Vejo relâmpagos no céu azul
Desgosto caminhando em passos largos
Cansei de procurar
algo que não vou encontrar
Não mais
Todos estão frios
Mãos geladas, corações vazios
Nadando contra a maré...
O que foi, nem a lembrança restou
A distância tomou lugar
Não se olha, não se toca, não se sente
Minha loucura, não me desmente
Hoje vivo descrente dessa raça que sou
Sentimento? O que é isso?
É brinquedo, é brinquedo;
Contra a maré...
Solidão amiga íntima
Com ela posso sentar, tomar um café
Ela não mente, não machuca
Mesmo diante desses dias de dor
Nós duas ainda sorrimos
Fazemos um brinde
Tentando esquecer o que houve
Nos tornando como todos...
Robôs!