ENTRE MUNDOS
Entre mundos
Ao pôr do sol nivoso
Feroz revivi o pensar
De odes Anacreontesca
Em plágios ao amar
Toda loucura Dantesca.
Castigado cai do céu
Onde plumas me ampararam
Como poeta e menestrel
Que suaviza vida dos que lá ficaram.
Tinhoso subi ao inferno
Dante estava ao portão
Creontes ao barco no timão
Precipitei-me de pronto ao interno
À busca de mais inspiração.
Ao pôr do sol escaldante
Na fonte de Sophia bebi
Espinho pungente penetrante.
Ao pôr do sol nivoso
Inferno e céu se fundem
E me espreme com desdém.
Fernando Brasil:. 30/08/1993