É Fato

é fato

que cada um morre à sua maneira

e o rato

já rói os ossos da minha caveira

é lato

o sentido que dão pra cada besteira

eu quero

um sentido maior nesta vida

me desespero

sem cura pra essa ferida

sem lero

todo dia é uma despedida

eu faço

os pecados que só eu sei fazer

no espaço

na verdade só há eu e só há você

é cansaço

o único consolo que podemos ter

eu minto

o que neste mundo não é mentira?

um labirinto

foi por lá que eu perdi a minha lira

o absinto

ficar tonto ainda tem quem prefira

é destino

qualquer dia desses eu lhe esbarro

um desatino

quase que eu bato com o carro

sou menino

mas me dê logo um cigarro

é fato

ainda estou sob efeito da bebeira

me mato

esperar é ainda a melhor maneira

o rato

às vezes brinca até com a ratoeira...

(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Carlinhos De Almeida
Enviado por Carlinhos De Almeida em 17/08/2018
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