Alter ego/ Alter ado
Andei perdido pra me encontrar
Saí decidido a não voltar
Queria uma ponte pra me jogar
Mas voltei
Não sei porque
Não sei por quem
Talvez seja esperança — ou medo de altura
Minha mobília já não atura
Tanta solidão, tanta indecisão!
Não sei voar, nem ficar no chão
Não sei se te perdôo ou te peço perdão
Pois sou um tonto sem muitos amigos
E um único inimigo
Que tenta me sabotar, e vice-versa
Ora me envenena, ora me traz conversa
E me diz coisas terríveis, mórbidas!
Somos como liquidos imiscíveis
Eu com pensamentos sensíveis
E ele com idéias tortas!
Mas eu sou assim: essa dualidade
Ora ordeno que vá embora
Ora morro de saudade
Quem é que me entende?
Eu nem sei o que quero! E o drama se extende
Sou uma bomba relógio, não posso ficar comigo!
Me embriago como castigo
Da minha impermanência
Buscando nas garrafas minha essência
Minha real aparência é um fiasco
Hoje eu vivo um inferno na minha cabeça
Junto com meu carrasco.
Que me açoita e me corteja com planos diabólicos
E eu que não sou católico, presto atenção
Compro na farmácia minha salvação
Mas algum dia
Qualquer dia
Um dia meio cinza
Um dia tedioso
Um dia meio sozinho
Um dia azul
Ele vai me tentar
Vai me convencer
Que o melhor a se fazer
É
...