Tempo Transcendental?!

       Luiz Claudio Bento Da Costa.

O pintor e a sua natureza morta:
Tinta cor da pele,
alguns retoques multicoloridos,
um boneco no tempo,
um pouco de azul no céu,
um pouco de areia no solo,
ao longe desfigurado,
de perto macerado,
num mistério próprio,
opaco ar que envolve,
não aos olhos do pintor
mas sim, o seu objeto clínico,
criado apartir de um homem sonhador.
Profunda emoção no coração do boneco
pulsante interno (in)conexo
do que viveu na vida.
Há distância no primeiro olhar
e quanto mais o tempo passa
vai entrando dentro da gente
toda a letargia da vida do boneco.
O pintor depois dessa obra
se despediu do mundo.
Passaram-se mil anos
num caminho sem nome,
a madernidade intitula o tesouro
do que era vivo no peito do pintor.
Agora parece ridículo,
mas, não mais do que de repente,
sou aquela figura,
gravada na tela dessa pintura
exposta num museu.



                Um abraço do Condor Azul.
Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 01/09/2007
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