Nada a ver

Pés tortos é o que vejo,

Quando minha boca toca a noite morena.

Fica clara minha visão, fica claríssima.

Pés tortos é o que vejo,

Quando tento me entregar ao deleite,

A branda alegria.

Pés tortos é o que vejo,

Quando eu sucumbo ao sétimo,

Deitado no covil dos maiorais

Exprimindo até a última gota de suor.

Pés tortos é o que vejo,

Junto ao som de minha palma

Em atrito com seu despido corpo,

Quando maria grita ofegante

Com seu semblante em delírio,

Falando em línguas desconhecidas.

Pés tortos é o que vejo,

E nem a medicina com seus truques,

Com seus talentos e saberes

Podem tirar isso de mim

Não importa quão imensa

Seja a minha fome,

Longe dos meus domínios

Nunca irei está satisfeito,

Pois apenas, pés tortos é o que vejo.

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 09/05/2018
Código do texto: T6332187
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