Nada a ver
Pés tortos é o que vejo,
Quando minha boca toca a noite morena.
Fica clara minha visão, fica claríssima.
Pés tortos é o que vejo,
Quando tento me entregar ao deleite,
A branda alegria.
Pés tortos é o que vejo,
Quando eu sucumbo ao sétimo,
Deitado no covil dos maiorais
Exprimindo até a última gota de suor.
Pés tortos é o que vejo,
Junto ao som de minha palma
Em atrito com seu despido corpo,
Quando maria grita ofegante
Com seu semblante em delírio,
Falando em línguas desconhecidas.
Pés tortos é o que vejo,
E nem a medicina com seus truques,
Com seus talentos e saberes
Podem tirar isso de mim
Não importa quão imensa
Seja a minha fome,
Longe dos meus domínios
Nunca irei está satisfeito,
Pois apenas, pés tortos é o que vejo.