Redemoinho

Sou um olhar que dispersa sem notar

Uma estrada de curvas acentuadas sem rumo

Sou meio copo cheio

Sou uma taça vazia

Sou meu porre de cada dia

Sou um grito, sou de histeria

Sou sombra, sou a ousadia

Eu sou um dilema a discutir

Uma ideia a surgir

E no meio do nada,

Não venha me seguir

Sou meu próprio medo

Embrulhados nos meus segredos,

Nos muros rebocados

Sou minhas lamentações

E nas vias duplas, tenho convulsões

Sou recaída, na dança sou pista

Entorpecida, vida bandida

Sou meu remédio, sou minha perdição

Nesse vazio, sou inquietação

Sou meu próprio ritual

Sou meu livro de cabeceira

Em dia de tempestade

Choro com vontade

Sou sim, uma lanterna oscilando

Meio vida, meio apagada

Uma vela queimando

No terreno abandonado

Invadido. Corrompido,

Sou minha própria casa

Sou a solidão, dessa estrada.

Sou coração vagando

De porta em porta

E no fim do dia

Eu volto pra mim

Nessa meia lua, sou pássaro a voar

Sem ninho para pousar

Só fico se nesse redemoinho

O amor, eu encontrar.

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 27/04/2018
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