Ferramenta
Ávida ao pote, sorvi tantas palavras, que engasguei,
Ainda que muitas frases tenha, ficam presas, nem sei;
E o falar fica mudo, machucando a garganta também,
Coração tão sofrido, bate quietinho, saudade do bem.
Ah! Se pudesse trocar as letras, tiraria as reticências,
E colocaria um ponto final, pra acabar com as dúvidas;
Pois, sei que a vida anda apressada, e sem paciência...
Não gagueja, não claudica, sempre certa, sempre lúcida.
Me perdoa quando engasgo, quando emudeço, não falo,
Sabe bem como sou, mas, instiga, e pega no meu calo;
Sabe bem onde o sapato aperta, em qual lugar, caibo,
Conhece quando casa cai, e usa o pé de cabra no caibro.