Alice
Adentro a casa torpe
onde a loucura carrega o cetro,
veste manto vermelho
e se faz rainha.
O chapeleiro me serve chá.
Sinto a vertigem do delírio agonizante.
Paira sobre mim o sorriso satírico,
quase sádico, sórdido da desilusão.
Resta-me a batalha,
mesmo combalida e faminta,
sedenta de paz e afeto.
Resta-me a derradeira luta:
despertar do pesadelo,
das ilusórias maravilhas para a vida.