Doce Solidão
A noite chega e junto com ela a frieza do calor de uma triste alegre solidão.
Então acende-se de forma sombria a luz que se apaga em sua breve chegada.
Convidada a não entrar se senta ao meu lado, e com suas doces amargas palavras começa a se lamentar.
Tentar não ouvir ou responder a suas provocações se torna inútil.
Gentil elas se faz passar tão somente na intenção de reviver as dores e desilusões passadas.
Embasadas em sua fonte inesgotável de sofrimento tenta disfarçar as cicatrizes como um alento.
Atento fico a observar seus lábios que a cada palavra dada se tremem
Conforme a dor da ferida não cicatrizada.
Traumatizada então por não conseguir êxito em sua forma de abordagem calculista e dolorida.
Ferida e sentida em um rompante levanta-se, me agradece e de mim se despede.
Marcos Alencar