A MÃE DA ESTRADA

Toda manhã ela acordava cedo

Preparava o café, fazia o lanche,

Punha-o na sacola

E acordava o filho para ir à escola.

Meio durmindo sempre levantava

A alegria no rosto logo despertava

A jovem mulher tão feliz ficava

Vendo o filho que o café tomava

Ao rumo da escola saia contente

Um longo pedaço de chão para andar

O tempo todo caminhava sorridente

Com todo cuidado que tinha que tomar

E assim todos os dias

Para cumprir sua jornada

O menino acordava bem cedo

E punha seu pé na estrada

Certa manhã apavorada

Ela levanta estremecida

Com atraso acorda seu filho

Que em pouco tempo dá a partida

Com passos largos se vai

Para não chegar atrasado

Mas nunca curva da estrada

O menino é atropelado

Muito rápido é socorrido

E encaminhado ao hospital

Mas o menino não teve sorte

O acidente foi fatal

A mãe se desesperou

Culpando-se por sua morte

O atraso de alguns minutos

Destruiu o que era tão forte

Toda manhã bem cedinho

Sai de casa com a sacola na mão

Mete medo nos motoristas

Parece até uma assombração

Louca agora ela é

Ou uma mãe inconformada

E todos que vêem a mulher

Acenam pra mãe da estrada.

Paulo Roberto Fernandes
Enviado por Paulo Roberto Fernandes em 22/03/2018
Reeditado em 22/03/2018
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