A MÃE DA ESTRADA
Toda manhã ela acordava cedo
Preparava o café, fazia o lanche,
Punha-o na sacola
E acordava o filho para ir à escola.
Meio durmindo sempre levantava
A alegria no rosto logo despertava
A jovem mulher tão feliz ficava
Vendo o filho que o café tomava
Ao rumo da escola saia contente
Um longo pedaço de chão para andar
O tempo todo caminhava sorridente
Com todo cuidado que tinha que tomar
E assim todos os dias
Para cumprir sua jornada
O menino acordava bem cedo
E punha seu pé na estrada
Certa manhã apavorada
Ela levanta estremecida
Com atraso acorda seu filho
Que em pouco tempo dá a partida
Com passos largos se vai
Para não chegar atrasado
Mas nunca curva da estrada
O menino é atropelado
Muito rápido é socorrido
E encaminhado ao hospital
Mas o menino não teve sorte
O acidente foi fatal
A mãe se desesperou
Culpando-se por sua morte
O atraso de alguns minutos
Destruiu o que era tão forte
Toda manhã bem cedinho
Sai de casa com a sacola na mão
Mete medo nos motoristas
Parece até uma assombração
Louca agora ela é
Ou uma mãe inconformada
E todos que vêem a mulher
Acenam pra mãe da estrada.