A POUQUIDADE
Carecia de redenção
com a inópia de um desabrigado
rogava tanto deste pão
que mesmo cristão partia ao pecado,
desenfreado praguejava
tomado pelo desejo da confissão
inventava assassinato,
surtia a mão desejada
em sôfrega peleja
rechaçava o apertão
os punhos fechados
prontos a debulhar os falsos
e calorosos gracejos,
gritava ao pleno silêncio:
“Isto é o que penso
dê-me cá a navalha”
me sentia bem
então me castigava
talhando na face
as letras da salvação:
Já em longo desengano
Amando de coração aberto
Comungo este aperto no peito
Interno enterro o disparate!