A POUQUIDADE

Carecia de redenção

com a inópia de um desabrigado

rogava tanto deste pão

que mesmo cristão partia ao pecado,

desenfreado praguejava

tomado pelo desejo da confissão

inventava assassinato,

surtia a mão desejada

em sôfrega peleja

rechaçava o apertão

os punhos fechados

prontos a debulhar os falsos

e calorosos gracejos,

gritava ao pleno silêncio:

“Isto é o que penso

dê-me cá a navalha”

me sentia bem

então me castigava

talhando na face

as letras da salvação:

Já em longo desengano

Amando de coração aberto

Comungo este aperto no peito

Interno enterro o disparate!

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 04/01/2018
Código do texto: T6217094
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