E O TEMPO VOOU...
Nada pode deter o tempo
Que corre veloz e sereno
Sem importar-se com o mistério
que se abriga em cada ser humano.
Não perdoa a dor do tolo
Não aceita a queixa do preso
Desconfia da alegria do vaidoso.
Corre, porque ainda existe tesouros
Em corações despretenciosos.
Atroz, voa por entre povos
Sequer se detém em quem se anima
Para o bem propagar e ao mal renunciar.
Apenas avisa que não perdoará
Quem a ele desdenhar.
Ah! Impiedoso instante que já não existe,
Deixando apenas as marcas do que ficou.
E assim voa indiferente e sempre ligeiro
Como se nada existisse, nem mesmo a dor.
Malvado tempo sem intento, desconhece o perdão.
Nada o pode reter, nem mesmo o Criador.
Sem piedade dos envoltos em seus lamentos,
continua passando intolerante aos sentimentos.
Nada, absolutamente nada, é tão impossível,
Quanto deter o tempo e o pensamento.
Tão rápido pensou, o tempo irrevogável
não notou... Despercebido,
já vai longe o pensar que o tempo levou.
Texto revisado em 14/11/2009.