INTERVENÇÃO

Diante da escuridão

Que vez ou outra

Toma conta de mim

Encontro uma fresta de luz

Que se torna dançante

Ao longo de kilômetros à frente

Que quanto mais eu ando

Mais ela se afasta.

E no costume de viver no escuro

Meus olhos ardem ao imaginar

Que algum dia aquela luz brilhará mais perto

Me fazendo enxergar o que o coração tenta me proteger

No receio de que eu sinta de mais

Absorva de mais

Sofra de mais.

E ando devagar

Tentando evitar o que não depende de mim

Não dá para não sentir

E por mais que eu ande devagar

A luz muda seu rumo e se aproxima de mim

Sem ter para onde fugir

Me basta aceitar

Que o que vejo

Que o que sinto

Vai além de mim

Vai além de todo o meu esforço para não sentir.

E o inevitável acontece

Mergulho em mar profundo

Onde tudo o que sinto me sufoca

Porque é sempre tudo de mais

Sem equilíbrio

Toma conta por dentro

E devasta

Arrasta para fora de mim

Numa onda tsunâmica

Que o que estiver pela frente

Deixará de existir.

Aline Alves
Enviado por Aline Alves em 31/12/2017
Código do texto: T6213014
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