Desesperança.

Pra cada dia uma noite

Uma morte a cada vida

E pra cada norte um rumo

Vários ventos sem direção

Em cada mar, muitos naufrágios

A saudade que se vê tão só

A pá de terra sobre o tempo

O erro que me acerta

A resposta certa eu nunca soube

A tarde que não me cabe

Antes que o Céu

Desabe por sobre essas nuvens

Há pra cada chuva, um Céu

Mas não sei dizer

de quantos Céus há sobre nós

Sob meus pés

Estrada e pó

Simplesmente mais nada

Pra cada vida

Uma morte apenas

Viver de espera

Termina

Na serena morte

De sorte que ela vence no final

Pra cada um

Há outro igual

Só não se sabe onde.

Edson Ricardo Paiva