QUO VADIS JERUSALEM

“A revolução sionista”

Todo o mundo de cristo está em polvorosa

Pelos ventos que sopram de Jerusalém,

E logo em véspera dos mistérios de Belém,

Temendo-se o advento duma via dolorosa.

A Santa Tradição construiu urbe ditosa

Para um risonho horizonte de paz e bem,

Cidade, agora, que nenhum descanso tem,

Antes, pelo contrário, se acha lacrimosa.

Os maiorais da terra, oh quem o diria,

Os maiorais do mundo, oh mas nem todos,

Quebraram as cadeias, rasgaram os modos

Que poderiam conduzir à doce harmonia…

Cidade nova, cidade velha, onde estás?

O teu Fado de hoje é por demais diferente

São muitos povos revindicando ser gente…

Têm os mesmos deveres e o direito à Paz!

Se alguém falar em Revolução Sionista,

Só porque é histórico o pretensioso destino,

Com estes dias negros e em tal desatino

Que diremos, será retrocesso ou conquista?

No antes e depois, como diz a Escritura,

Com Jeremias, num profetizar sereno,

Ou nas lágrimas caídas do rosto Nazareno

Quo vadis Jerusalem, com esta tua loucura?

E reza aquela que é a maior das verdades:

Quem semear maus ventos colhe tempestades!

(P´ la pena de Mateus nestes versos se adianta

Naquela hora triste sobre a colina santa):

«Jerusalém, Jerusalém, ó Jerusalém,

Que expulsas para longe todos os profetas

E apedrejas aqueles que te foram enviados!

Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos,

Como a galinha reúne os seus pintainhos

Debaixo das suas asas, e não me aceitastes!

Eis que a vossa morada ficará deserta.

Declaro-vos, pois, que, desde este momento,

Vós já me não vereis, até que venhais a dizer:

Bendito Aquele que vem em nome do Senhor!»

(Mateus, 23-37)

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 12/12/2017
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