Crônica - Operação noturna com Peri
Andando de um lado para o outro vejo tudo vejo todos
Ouço aquilo que nem mesmo ouve o Peri
O mascote do Jair da casa oito da rua paralela
Robótico atônito perplexo não acompanho o fluxo nas retinas
Sorria Peri para aquela dona que eu vou sondar aquela mina
Ei! Risque a pele dela com o seu canino que ela está com o olhar estranho
Vai Peri que eu te espero, mas não a dona que já anda para frente
Com a cabeça virada e com o olhar que me aponta
Rente ao muro que me cerca, do outro lado é o barranco
E atrás estão aquelas câmeras e não posso olhar pra elas
Se a dona te enfeitiçar posso latir por você até que se recupere
Mas vou latir em ré com dó diferente de você em si e lá
Vai Peri
Corre até lá
Sem sair de si
Não seja ríspido Peri, não crave, não deixe ela sentir, mas faça escorrer sangue
E então o cheiro vai atrair nossos aliados e eu vou pular o muro
E ela terá que voltar pro submundo, lá na frente está escuro, vai!
Acelero antes que a menina se zangue, pois não está mais conseguindo
Evoluir em decifrar todos os raios que as estrelas estão emitindo
E sei o quanto é importante que sejam traduzidos todos códigos
E zangada ela chora e eu não posso ver lágrima que me embrulha o estômago
Vai Peri! Como está me dizendo que é banguela? Nunca percebi...
Sua marca são seus pêlos eriçados emaranhados e suas orelhas bichadas
Pense então você em algo e faça algo com o que tem porque eu não posso fazer nada
Que meu estômago já está ácido, pois eu olho as estrelas por todo lado
Vai Peri
Corre até lá
Sem sair de si
Preciso de outros elementos que me dêem mais margem
Peri, quem estará hoje na discotecagem?
Vou entrar sem meu halo azul
Pegue ali minha capa preta e não exponha a aparelhagem
Tenho que concatenar todas mensagens
Já está lá dentro meu baú
Depois te posiciono, fique atento e discreto atrás das árvores
Pois eu entro, mas você não vão deixar, se sujar você late
Daquele jeito que você bem sabe, sem dó e sem recuar
Temos gente infiltrada, não importa quem é quem, tranquilidade
Se você se lembra nunca falhamos nestes sete cantos da cidade
Morda os afônicos, mas nessa noite o que for será
Vai Peri
Não saia de lá
Sem sair de si
A Milene e a Solange
Estão com rádio e têm as plantas
E o Fontes nunca sai da escuta
Vai Peri
Não saia de lá
Sem sair de si
Estou entrando sem meu halo azul