À beira do caminho
Não me lembro de ter
Andado,
No meio do caminho e
De caminho com estrada larga.
Parece que me vejo sempre
Á beira,
Do lado sempre um abismo,
Que volta e meia,
Escorrego e me agarro,
Em alguns cipós,
Para não desabar de vez.
Não sei as condições de minhas asas
depois de tantos tombos.
A estrada parece que sempre foi
tão estreita,
e o abismo me parece
tão real.
Me causa tonturas.
Mas a vida está
Nessa linha tênue,
Á beira do caminho,
Fora da acomodação
Do meio da estrada larga.
Quando não meço os passos
Pode haver quedas,
Ou voos fora da realidade,
voos de liberdade, que
Transformam a realidade
Ao por de volta os pés
Na linha tênue
À beira do caminho.
Só é preciso
bater firme as asas,
mesmo machucadas,
ou segurar bem nos cipós
na queda livre,
e voltar.
Espero sempre
Poder voltar...