Delírios utópicos
Deixo a matéria morrer na nudez
A geada nos olhos
A carne esquecida
A expressão frenética correndo em rumo a libertação
Meu sangue corre
Meu corpo não.
Tropeço na real
O ideal não convém
A sombra quer além
Dos fatos consumados.
Venho esquecer no leito
O câncer do corpo
Distante da matéria sólida
A loucura alimenta delírios.
Os vermes insistem em devorar
Não irei apodrecer
Eu me escondo na sombra
Eu sou a sombra!
Não me de a cura
Me de solidão
Não me de certezas
Me de liberdade.
As formigas comem o pouco que resta
Do corpo que deixei
Utopia utopia utopia
Há mistério mais enlouquecedor?