NUNCA ARDE A POESIA

“2017 – Tragédia em Portugal”

(Réplica a Cláudio Lima)

«A hora não é propícia à poesia,

Até as palavras ardem.

Durmam em paz, se a "besta"

Não andar aí por perto…»

Cláudio Lima

Frassino Machado:

Oh, “criminoso festival"

Deste fogo inclemente

Que, com ou sem vendaval,

Denuncia a louca gente...

Tudo arde, tudo arde

Nesta profunda agonia

Seja cedo, seja tarde,

Nunca arde a Poesia!

Se o país está a arder

(Todos o sabem, bem ou mal,)

É uma “fera” a remexer,

Oh, “criminoso festival”!

O que parece “pirotecnia”

É o qu´ estão fazendo à gente,

As T. Vs. são uma disenteria

Deste fogo inclemente.

Há uma “besta” de vingança

Pelo que se vê, tal e qual,

Pois não passa de manigância

E… com ou sem vendaval.

Não dá para disfarçar –

Talvez ao tolo inocente –

Sendo um facto de espantar

Denuncia a louca gente…

Hora do lobo é traiçoeira,

Hora do fogo é cobarde,

Faz do “risco” brincadeira:

Tudo arde, tudo arde!

“Ai o vento, ai a seca”,

Dizem eles, em sintonia,

Vai “besta” de ceca em meca,

Nesta profunda agonia.

E ninguém põe cobro a isto

(Cheira a negócio e maldade),

Lixa-se o povo de Cristo

Seja cedo, seja tarde.

Fique a tela da negrura

Desta triste malfeitoria …

Nem que se borre a pintura

Nunca arde a Poesia!

Quem “em paz” pode dormir

Com este fogo assassino?

Todo um país a carpir

À deriva e em desatino…

Cada esquina um compadrio,

Anda assim este País,

Sempre preso por um fio

Desde o coruto até à raiz.

Hora do fogo, hora dos lobos,

Cada “besta” sua comédia,

Com tretas s´ enganam os tolos:

Ano negro, negra tragédia.

As palavras ardem, é certo

Em quem as escreve em vão…

Tudo arde, ao longe ou ao perto,

Mas a Poesia, NÃO!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 16/10/2017
Reeditado em 16/10/2020
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