BREU


Não é um pardal perdido na igreja,
Um furo de reportagem da revista veja.

Não é a voz do paciente no divã,
O hoje esperando pelo amanhã.

Não é o chão que se abre sob os pés,
O mundo que gira ao invés.

Não é um vôo rasante sem asas,
A dor que sutilmente arrasa.

Não é a procura do eu,
O sonho que se perdeu.

Não é a linha tênue arrebentada.
O fim de uma estrada.

Não é o tudo que já foi feito,
O nada que não tem mais jeito.

É apenas alguém que perdeu a razão,
Ou não.

...E atirou-se na escuridão.