Encarcerados

Encarcerados corpos, vidas assombradas, 
da janela estreita da cela, contemplam o céu, 
faces cinzentas, sem o alento de belas fadas,
a eternidade cerra seus olhos como mortuário véu. 

Pela mente, é possível voar, como que num sonho,
romper as barreiras da realidade; uma breve evasão, 
da lúgubre sina que permeia em tom medonho,
no coração despedaçado, uma consentida invasão. 

Mãos unidas, firmes, tal qual uma solene prece,
de ter a figura adorada em constante amor,
refém do próprio ser, a decepção, aos poucos cresce,
ilude o espírito, já fenecido pelo temor.


(imagem-google)
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 06/09/2017
Reeditado em 18/09/2017
Código do texto: T6106570
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