IDÉIAS ILEGAIS.
IDÉIAS ILEGAIS.
Fui preso na alfândega da vida, por porte ilegal de idéias
Por afrontar a holotúria de cabeças pensantes
Que raciocinam com outra cabeça, debaixo dos lençóis dos amantes
E pompeia malparida, tendo seus marasmos como platéias.
A loucura monta meus demônios-cavalos, essa invertebrada
São tantos versos tendenciosos em poemas habituais
Que um júri homeostase, os decreta como intelectuais
Então percebo que toda certeza pode ser comprada.
Visto que neurônios com números de identificação
São condenados dentro do mesmo meio ambiente
Que trata o inexplorado como doente
E têm na sua bastardia mental, seu próprio alçapão.
Construir uma inteligência destruindo as evidências
É gestar a linguagem pensante no útero de uma criação botânica
Regar o fruto que vem dessa mesma matéria-orgânica
Transforma o dúbio e a insignificância, em boas pestilências.
Minhas idéias foram urdidas no mesmo botequim
E a de amparar-me em todas as minhas estruturas
Não fui feito por mecanismos vagos, eu tenho outras misturas!
Eu sempre, sempre morrerei no mesmo lugar,... Tão dentro de mim.
CHICO DE ARRUDA.