HÁ MUITOS EU PARA MATAR.

HÁ MUITOS EU PARA MATAR.

Há um consumo de úlceras que nos consomem

Há varias cores dentro de mim, como homem

Sou posse de um processo que desconhece seu início

Mas é consciente que fim terá esse vil ofício

Há muitos eu para matar.

Tenho muito a dizer a quem me conhece e nunca me ouviu

Minha língua e cérebro estão constantemente no cio;

Tenho pouco a falar com quem sempre me falou

O silencio é a resposta para a voz que me exilou;

Baixar minha cabeça não me deixa estragar.

Eu tenho muito a perdoar a quem nunca me perdoou

Quando em excesso, o ódio é a dor de quem muito amou;

Eu tenho pouco a ofender a quem sempre me ofendeu

A vida pode ser dura para quem nunca se compreendeu;

O mundo tem uma justiça que nunca vai te pagar.

E eu tenho pouco tempo para quem o seu desperdiça

O nosso prazo de validade é alheio à nossa cobiça;

Às vezes deixo as pessoas pensarem que estão me enganando

É preciso ter humildade com o humano que não anda funcionando

Para que se afastem dessa mediocridade de apiedar.

A vaidosa terra deixa seus cabelos nos túmulos

Aonde somos seus diamantes fâmulos

Mesmo assim sorriremos nossos sorrisos mudos

Para essa ciência que ainda demanda estudos

E nessa paixão, a tua esquizofrenia,... Ainda terá muito eu para matar.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 20/08/2017
Código do texto: T6089490
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