BICHO DE PELÚCIA.

BICHO DE PELÚCIA.

Na fechadura do espaço, o silencio tem muitas palavras que invejo

Existem mundos desconhecidos tão parecidos

Gases incognoscíveis geram vidas onde morremos

Idiomas anasalados fazem seu striptease no universo

Aparências de mesquinho tamanho e com grande inteligência

Interferem nas ondas cinéticas do terráqueo indigente

São vozes que não falam, talvez por demais já errarem

Aprenderam a sorrir e a chorar por mimicas e telepatia.

Aqui, aonde o futuro é sorteado por um mero realejo

Isso é alucinação de loucos, como eu, desvalidos

Um dia, mesmo com a herança dessa burrice, funcionaremos

E se os livros sobreviverem, o bicho-homem tornar-se-á menos perverso

Pois o retorno ao subúrbio dos cosmos trará a lembrança da sua negligência

Então na dor da sua certeza e na sua razão residirá um doente

E tardiamente será criado e garimpado para os outros almoçarem

Compreenderá assim, que sua existência não passou de uma epidemia.

Há muitos meios sem fim, muita felicidade em prantos

Se o pensamento falasse não existiriam boas maneiras

Nesse nosso mundinho fantasiado de sonhos, somos bicho de pelúcia

Um comistão de restos com boa aparência e estagnados.

Quiçá a magia do extraterrestre não tenha deuses e santos

Bufa-me que para esse supremacismo não haja fronteiras

E não tenha a vergonha de uma evolução isenta de argúcia

Isso vem do mendigo que pensa, que ainda somos astros iluminados.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 18/08/2017
Código do texto: T6087630
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