Prazer

O prazer é suor respingando de dois

Vertendo em calor a essência do desejo

Prazer é uma luz que incandesce em relampejo

É perder-se no labirinto dos lençóis

Prazer é sentir na carne a vontade primitiva

É perder os sentidos na saliva entorpecente

É arder no outro o que já queima na gente

Oferecendo-nos os em fome a quem nos alimente

Prazer é egoísmo doado sem pudor

Desnudo, cretino, satisfação em tom maior

Preenchendo o silêncio com barulho ao redor

Prazer é doce mal, dentre eles o menor.

Consumindo um ao outro tão voraz

O prazer é um tipo de amor diferente

Que por mais que dê fome na gente

Nunca se satisfaz de tão carente