Na Frente do Espelho

E na frente do espelho vejo a imagem de um

homem... Não rude e nem com aparência de

uma neblina mórbida.

O corvo abatido de palidez sobre o galho seco.

O gato preto que passa pelo espelho.

Que homem é esse? Que de ante de mim vejo?

Planejando a minha própria existência.

Planejando minha vida da que pra frente.

Planejando meu presente, planejando meu futuro,

planejando a mim para mim mesmo.

E o frio sobre a cidade recai com gloria sem hora

de ir embora. Sobre cabeças e mentes pela

selva de pedra e concreta.

Então o que é o amor se não a verdade?

A mais pura verdade. E do brilho dos olhos dela

é feita as estrelas do meu universo.

E o mundo é um lugar de pesadelo onde se

nasce e morrer. E por isso cada bebê chora

ao nascer nesse mundo de pesadelo contra

vontade.

Bem vindo a sociedade moderna

Bebezinho! Ao mundo frio e concreto dos homens.

E no alto de uma montanha ou de baixo de

uma arvore lendo um livro ou desenhando

o rosto dela, sim o rosto de Carolina, eu me vejo.

Me vejo como mais um homem, uma espécie

em extinção de si mesma. Autodestrutiva

e destruidora.

Então nessa loucura eu desejo, nessa loucura

eu amo, nessa loucura eu amo a vida e minha

amada Carolina.

E o que importa mesmo ? Se não os loucos,

se não os verdadeiros, todo mundo é igual

a todo mundo e é isso que me assusta nesse

mundo.