Linha Tênue

Que digo ao meu peito sedento de verdade

sobre a pura ação violenta que se abate sobre mim?

Meninos cansados são meus herdeiros de fé

E hoje, mais do que nunca, estive a sós com o silêncio.

Cadê minha musa distante?

Onde brilha e reluz com mais intensidade

A minha saudade de um infinito?

São meus anseios que me trazem notícia

de uma beleza que já se tornou muda em minha alma

Eu quero, talvez, perceber a linha tênue que me separa de mim

Para entender todos os erros que eu não pratiquei,

Para perdoar os inocentes e ceifar a alegria dos infelizes.

São os anjos que me conduzem pelo céu cinzento de chuvas torrenciais.

E, na minha dúvida de querer não entender nada,

Eu já posso assegurar que sou como todos os infelizes

que buscam a tal da felicidade que não me persegue.

Ah, menina sapeca e danada!

Não se esqueça que ainda vivo no mundo ilusório

dos poetas esquecidos....

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 14/08/2007
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