Margarida.

O ponto de mutação

Um canto de pássaro

Aquele traço profundo

Meus passos cada vez mais lentos

Quatro ventos

Quatro pontos

Quatro estações

Não sei em qual delas eu desço

desde o começo eu desconfiava

Que essa estrada

Não leva a lugar nenhum

Pressinto o quinto dos infernos

Resumindo tudo isso

Eu meço a distância

e concluo

a relevância do nada

E é nisso

Que tudo consiste

Sigo mudo e cego

Ouvidos ouvindo absurdos

A cada dia mais corretos

E cada vez menos lerdos

Á minha esquerda

Jaz a margarida

Quase apagada

Semi-desenhada na parede

Milhões de Céus

Bilhões de mundos

Eu no chão

É quando chego ao ponto

Porém este

de interrogação

Edson Ricardo Paiva