Compasso alterado
Os tons amarelos dominam a face,
enquanto os vãos dos dedos alargam-se.
Oh Adrenalina! Que fizestes a mim?
A vida parecia normal sem ti.
verbos não regeneram joelhos,
mas os olhos permanecem vermelhos.
Cortes randômicos nos cordões,
denunciando o tremor nos tendões.
Passos nos laços, que faço, do avesso,
vazando os maços escassos de preço.
Lamentando, no entanto, o feito,
sem arrependimento pelo efeito.
Números, estatísticas e piadas:
ignorância plena e premeditada.
O lindo jogo de moléculas aceleradas,
enfeitando a morte da sala inalterada.
Taças, traças e teias na estante,
enquanto aguardo o momento adiante.
Num jogo de vozes gregorianas,
escuto verde, mas percebo persianas.
Oh premeditação! Que fazes com minha visão?