DELÍRIOS

Exposto a mesa meus livros corroidos

Direito, crônicas e filosofia

Desbotados e pelas traças consumidos

Restando apenas rabiscos de poesias.

Sobre a mesa ainda, meus pensamentos

Manchados na tinta nanquim da caneta de pena

Fragmentos comuns a um ser fragmentado

Delírios que punem bem mais que a própria pena

Me vejo em silhuetas a parede

Um velho dançando a luz de vela

Me saciam os etílicos a sede

Me consomem os " opios" as veias

Abro a janela para entrar a fresca

Me invadem os tímpanos gritos infantis

Chove... Chove e as crianças brincam

Me vêm a memória os "meus juvenis "

Contemplo a correria maravilhado

Interroga me a alma quem sou.

Responde-me " ego" embaralhado

"és da guerra o infante que restou "

Em meio ao devaneio das químicas

Rompe-se a realidade como em lacre

Na inocência das infantis mimicas

Voltam os sentidos como um milagre.

Curva-se o velho já cansado

Aparando a lágrima que rolou

GRITA ME O EGO EMBARALHADO

ÉS DA GUERRA O INFANTE QUE RESTOU....

Martins júnior
Enviado por Martins júnior em 10/05/2017
Reeditado em 21/12/2022
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